Quanto Custa Carregar um Carro Elétrico no Brasil?
Com o crescimento da mobilidade elétrica no Brasil, cada vez mais motoristas se perguntam quanto custa carregar um carro elétrico no dia a dia. A resposta depende de diversos fatores, como o modelo do veículo, a capacidade da bateria, o tipo de carregador utilizado e, principalmente, a tarifa de energia elétrica aplicada em cada região.
Em 2025, o país conta com uma infraestrutura em franca expansão, oferecendo opções de recarga doméstica, semipública e pública rápida. Cada uma apresenta características e custos diferentes, influenciando diretamente o valor final para abastecer o veículo. Além disso, programas de incentivo, tarifas especiais e o uso de energia solar também impactam positivamente o bolso do consumidor.
Compreender o custo de carregamento carro elétrico é essencial para quem busca uma mobilidade mais econômica e sustentável. Neste artigo, vamos explorar todos os aspectos que determinam esse custo, trazendo exemplos práticos, comparações com combustíveis fósseis e dicas para reduzir ainda mais as despesas.
Se você está pensando em adquirir um veículo elétrico ou já possui um, este guia completo vai te ajudar a entender quanto você vai gastar para mantê-lo rodando no dia a dia, com informações atualizadas e aplicáveis à realidade brasileira.
Como o consumo de energia é calculado
O custo de carregamento de um carro elétrico depende da quantidade de energia elétrica consumida, medida em kilowatt-hora (kWh). Cada modelo possui uma bateria com capacidade específica, normalmente entre 30 kWh e 70 kWh nos veículos mais populares.
Para calcular o custo de uma carga completa, basta multiplicar a capacidade da bateria pela tarifa de energia cobrada na sua residência ou no ponto de recarga. Exemplo:
- Capacidade da bateria: 50 kWh
- Tarifa residencial média: R$ 0,75 por kWh
- Custo da carga completa: 50 x 0,75 = R$ 37,50
Esse valor, no entanto, pode variar bastante de acordo com a região, a bandeira tarifária vigente e se há ou não tarifa diferenciada por horário. Além disso, nem sempre o carro é carregado do zero ao 100%, o que torna o custo real mais baixo em recargas parciais.
Modelos com maior eficiência energética conseguem rodar mais quilômetros com menos kWh, o que também influencia diretamente na economia de uso. Por isso, o consumo médio em kWh por 100 km é um indicador importante ao escolher um modelo.
Diferenças entre recarga residencial e pública
O carregamento de um carro elétrico pode ser feito em casa ou em pontos públicos, e cada modalidade apresenta características específicas que impactam diretamente no custo, praticidade e tempo de recarga.
Recarga residencial é a opção mais comum para quem possui garagem e pode instalar um carregador dedicado (wallbox). Veja os principais pontos:
- Custo médio por kWh: varia entre R$ 0,65 e R$ 0,85, conforme a tarifa residencial;
- Vantagem: praticidade e economia, ideal para carregar o carro à noite;
- Tempo de recarga: entre 6 e 12 horas, dependendo do modelo e da potência disponível;
- Indicação: motoristas com rotina previsível e que dormem com o veículo em casa.
Recarga pública, por sua vez, é uma solução útil para quem roda longas distâncias ou não tem ponto de recarga doméstico:
- Custo por kWh: de R$ 1,00 a R$ 2,50 em eletropostos rápidos;
- Tempo de recarga: de 30 a 60 minutos para até 80% da bateria;
- Possibilidade de gratuidade: comum em shoppings, supermercados ou empresas com infraestrutura;
- Indicação: usuários em trânsito, viagens ou cidades com boa malha de eletropostos.
Tipo de Recarga | Custo por kWh | Tempo Médio | Vantagens | Desvantagens |
---|---|---|---|---|
Residencial (wallbox) | R$ 0,65 – R$ 0,85 | 6 a 12 horas | Econômica e prática | Instalação e tempo de recarga |
Pública rápida | R$ 1,00 – R$ 2,50 | 30 a 60 minutos | Agilidade e conveniência | Custo mais elevado por km |
A escolha entre os dois tipos depende essencialmente do perfil do condutor. Quem realiza trajetos previsíveis e curtos pode contar com a economia da recarga doméstica. Já quem depende da mobilidade constante ou de viagens longas pode precisar dos eletropostos públicos, mesmo que com custo um pouco mais elevado.
Exemplos práticos de custo por modelo

Para entender melhor o custo de carregamento carro elétrico, vale comparar alguns dos principais modelos disponíveis no Brasil em 2025. A seguir, veja uma tabela com base na capacidade da bateria, autonomia estimada e o custo médio por recarga.
Modelo | Capacidade (kWh) | Autonomia (km) | Custo por carga* | Custo por 100 km |
---|---|---|---|---|
BYD Dolphin | 44,9 | 291 | R$ 33,68 | R$ 11,57 |
Renault Kwid E-Tech | 26,8 | 185 | R$ 20,10 | R$ 10,86 |
Volvo EX30 | 64,0 | 460 | R$ 48,00 | R$ 10,43 |
JAC E-JS1 | 30,2 | 161 | R$ 22,65 | R$ 14,07 |
*Considerando tarifa média de R$ 0,75 por kWh.
Esses dados demonstram que o tamanho da bateria por si só não define o custo-benefício. A autonomia, ou seja, a distância que o veículo percorre por carga, é fundamental para determinar o custo por quilômetro rodado.
Modelos mais eficientes, mesmo com baterias maiores, acabam oferecendo economia por km. Essa análise substitui o antigo parâmetro de “km por litro” e permite ao motorista prever com mais clareza os gastos mensais com energia elétrica.
Para quem roda entre 1.000 e 2.000 km por mês, esse cálculo ajuda no planejamento financeiro e reforça as vantagens do carro elétrico como alternativa econômica e previsível ao abastecimento tradicional.
Tarifas especiais e horário de consumo
Em algumas regiões do Brasil, concessionárias de energia já oferecem tarifas diferenciadas para quem possui veículos elétricos. Essas tarifas, chamadas de “branca” ou “verde”, aplicam valores menores fora do horário de pico (normalmente entre 22h e 5h).
Vantagens da tarifa diferenciada:
- Custo por kWh até 40% menor em horários específicos;
- Ideal para quem tem wallbox em casa e pode programar recargas noturnas;
- Reduz o impacto na conta de luz geral.
É importante consultar a concessionária local para verificar se esse tipo de tarifa está disponível e quais as exigências para aderir. Em muitos casos, é necessário instalar um medidor separado exclusivamente para a recarga do veículo, o que representa um investimento inicial.
Para quem recarrega o carro à noite, essas tarifas representam economia significativa no final do mês, tornando o uso do elétrico ainda mais vantajoso.
Comparativo com o custo da gasolina
Uma das maiores vantagens do carro elétrico está na economia com abastecimento, especialmente quando comparado ao custo de rodagem de veículos a combustão. A seguir, um exemplo prático com base em valores médios de 2025:
Tipo de Veículo | Consumo Médio | Preço por Unidade | Custo por 100 km |
---|---|---|---|
Carro a gasolina | 12 km/l | R$ 6,30 por litro | R$ 52,50 |
Carro elétrico | 16 kWh por 100 km | R$ 0,75 por kWh | R$ 12,00 |
A economia estimada é de aproximadamente 77% por quilômetro rodado em favor do carro elétrico. Isso representa uma diferença expressiva ao longo dos meses, especialmente para quem roda mais de 1.000 km por mês.
Além da diferença direta nos custos, o valor da energia elétrica tende a ser mais estável e previsível do que os combustíveis fósseis, frequentemente sujeitos a variações do mercado internacional, políticas de impostos e instabilidades cambiais.
Com o avanço da tecnologia e o aumento da eficiência dos veículos elétricos, essa vantagem tende a se acentuar ainda mais nos próximos anos, consolidando o custo de carregamento carro elétrico como um dos grandes diferenciais econômicos para o consumidor brasileiro.
Impacto na conta de luz residencial
Uma dúvida comum entre os proprietários é quanto o carro elétrico pode aumentar a conta de luz. A resposta depende da frequência de uso e do modelo do veículo, mas é possível estimar:
Exemplo prático:
- Rodagem mensal: 1.000 km
- Consumo médio: 15 kWh por 100 km
- Total mensal: 150 kWh
- Tarifa: R$ 0,75/kWh
- Custo adicional: R$ 112,50
Esse aumento representa, em média, 15% a 25% da conta de uma residência comum. Com o uso de tarifa branca ou energia solar, esse impacto pode ser ainda menor.
Vale lembrar que esse custo substitui o valor que seria gasto com combustível, representando uma economia líquida em termos de mobilidade. Além disso, o carro pode ser recarregado em horários estratégicos, aproveitando a menor demanda da rede elétrica.
Variações regionais de preços

O custo de carregamento carro elétrico varia conforme o estado e a distribuidora de energia. Em 2025, o valor por kWh pode variar entre R$ 0,60 (em regiões com tarifas subsidiadas) e R$ 1,10 (em áreas com bandeira tarifária vermelha).
Exemplos de tarifas residenciais por região:
Região | Tarifa Média (R$/kWh) |
---|---|
Sudeste | R$ 0,72 |
Sul | R$ 0,68 |
Nordeste | R$ 0,79 |
Norte | R$ 0,85 |
Centro-Oeste | R$ 0,74 |
Essas diferenças impactam diretamente o custo por quilômetro rodado com carro elétrico, tornando ainda mais importante avaliar o cenário local antes de decidir pela compra.
Nos estados com energia mais barata, como Paraná ou Minas Gerais, a economia no longo prazo pode ser significativamente maior, especialmente para quem roda muitos quilômetros por mês.
Economia com energia solar
Para quem possui painel solar em casa, o custo de carregamento do carro elétrico pode ser praticamente nulo. Ao gerar sua própria energia, o proprietário não apenas reduz o valor da conta de luz, mas também elimina o custo do abastecimento diário.
Vantagens da recarga com energia solar:
- Custo operacional reduzido a quase zero;
- Sustentabilidade elevada: recarga com energia limpa;
- Autonomia energética para mobilidade e uso residencial;
- Retorno sobre o investimento em menor prazo.
Com um sistema de 6 kWp, por exemplo, é possível gerar cerca de 750 kWh por mês, o suficiente para abastecer um carro elétrico que percorre até 4.500 km mensais, dependendo do modelo.
Apesar do investimento inicial, a economia mensal acumulada com energia e combustível compensa em poucos anos. Muitos proprietários já consideram o carro elétrico como mais um “eletrodoméstico” da casa solar.
Diferença entre carregadores domésticos e rápidos
Os carregadores variam em potência e velocidade, o que influencia diretamente o tempo e o custo da recarga. Os principais tipos são:
Carregador portátil (tomada comum):
- Potência: até 3,7 kW
- Tempo de recarga: 10 a 20 horas
- Custo de instalação: nenhum, usa tomada existente
Wallbox (doméstico dedicado):
- Potência: entre 7,4 kW e 11 kW
- Tempo de recarga: 5 a 8 horas
- Custo de instalação: entre R$ 3.000 e R$ 6.000
Carregadores rápidos (públicos):
- Potência: 50 kW a 150 kW ou mais
- Tempo de recarga: até 80% em 30 minutos
- Custo por kWh: geralmente mais alto (até R$ 2,50)
A escolha do tipo de carregador depende do orçamento, do modelo do veículo e da rotina do motorista. Para o uso diário, o wallbox doméstico oferece o melhor equilíbrio entre custo, conforto e velocidade.
Como planejar o custo mensal com energia
Planejar o custo de carregamento carro elétrico permite ao motorista ter maior previsibilidade no orçamento mensal. Esse planejamento é baseado em três fatores principais: quilometragem mensal, eficiência do veículo (km por kWh) e a tarifa de energia vigente.
Exemplo prático de planejamento:
Fator | Valor Estimado |
---|---|
Quilometragem mensal | 1.500 km |
Eficiência média | 7 km por kWh |
Consumo mensal | 214 kWh |
Tarifa residencial | R$ 0,75 por kWh |
Gasto mensal estimado | R$ 160,50 |
Esse valor pode ser ainda menor com o uso de estratégias inteligentes:
- Programação de recargas em horários de tarifa reduzida (noturna);
- Uso de painéis solares para geração própria de energia;
- Aproveitamento de recargas gratuitas em locais públicos ou comerciais.
Além disso, diversos aplicativos e sistemas de monitoramento veicular ajudam a registrar o consumo diário, estimar custos em tempo real e indicar os momentos mais econômicos para recarregar.
Com um bom planejamento, o carro elétrico não apenas reduz os gastos com abastecimento, mas também oferece maior controle financeiro, economia previsível e menor impacto ambiental, consolidando-se como a alternativa mais inteligente em mobilidade pessoal.
Conclusão

O custo de carregamento carro elétrico no Brasil em 2025 depende de múltiplos fatores, como a tarifa de energia, o tipo de carregador utilizado, a autonomia do veículo e a forma como o motorista utiliza o carro no dia a dia. Ainda assim, mesmo com variações regionais, o custo por quilômetro rodado segue muito mais baixo que o da gasolina ou do etanol.
Com tarifas diferenciadas, recarga noturna, energia solar e maior eficiência dos modelos, os proprietários conseguem economizar consideravelmente sem abrir mão de desempenho ou praticidade. Além disso, o crescimento da infraestrutura e dos incentivos à mobilidade elétrica tornam a recarga mais acessível e conveniente a cada ano.
Seja em casa, em estações públicas ou com geração própria de energia, carregar um carro elétrico no Brasil já é viável e vantajoso. O segredo está em planejar e conhecer as melhores opções disponíveis. Assim, é possível rodar mais, pagar menos e ainda contribuir para um futuro mais sustentável.